Sem levar cultura às periferias, não se enfrentará a violência
Folha de S.Paulo, 9 de dezembro de 2019
Das políticas públicas sociais, a cultura é, provavelmente, a que apresenta a mais forte desigualdade socioterritorial. Isso explica porque os bailes funk, uma das poucas alternativas de lazer gratuito para os jovens na periferia, ocorrem de forma improvisada nas ruas estreitas das áreas de vulnerabilidade social.
Além da polícia ter que alterar a maneira como lida com a população negra e periférica, o enfrentamento dos conflitos gerados por esses eventos requer que a prefeitura priorize as ações culturais voltadas para a periferia.
Reverter a histórica concentração de recursos e eventos no centro expandido, onde estão os principais eventos, como a Virada Cultural, os grandes equipamentos e onde se gasta cerca de 85% do orçamento municipal para cultura é indispensável.
Inúmeras iniciativas foram tomadas na gestão Fernando Haddad para fortalecer a cidadania cultural, como o Programa Aldeias, os Pontos de Cultura, os agentes comunitários de cultura, o VAI e o Programa de Fomento à Cultura Periférica. Esses programas elevaram de R$ 3,9 milhões, em 2012, para R$ 20,8 milhões, em 2016, os recursos voltados à cultura periferica, além da descentralização da Virada e o Circuito Municipal de Cultura, que promoveu ações culturais em toda a cidade.
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