Não fizemos a lição de casa, o número de casos e de mortes tem crescimento exponencial

Folha de S.Paulo, 8 de junho de 2020

A pandemia continua avançando, com uma média de 1.013 mil mortos por dia na semana passada contra 883 na anterior. Estamos longe do pico, mas governos estaduais e municipais estão flexibilizando o isolamento e são convocadas manifestações que geram aglomerações, enquanto Bolsonaro aprofunda o obscurantismo, deixando de divulgar os dados da pandemia

O isolamento dos últimos cem dias não alcançou o objetivo de conter o avanço do coronavírus, seja pelo negacionismo do governo federal, seja pela falta de uma estratégia dos governos estaduais e municipais no enfrentamento da pandemia, especialmente nas áreas de vulnerabilidade, onde a recomendação de “ficar em casa” é difícil de ser cumprida sem medidas complementares de política social e urbana.

A sociedade está exausta, microempresas e autônomos estão quebrados, a fome se espalha e muitos querem gritar nas ruas “Fora Bolsonaro”. Mas falar em flexibilização quando as projeções apontam para mais de cem mil mortos até o final de julho e mais de duas mil mortes diárias em agosto, ao invés de se propor o lockdown, é aceitar a receita que Bolsonaro propôs há três meses: naturalizar as mortes! Não podemos aceitar isso. Temos que defender isolamento com mais políticas sociais.

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