Fogo marca novo capítulo da guerra cultural brasileira

Folha de S.Paulo, 2 de agosto de 2021.

A extrema direita fez da guerra cultural um instrumento para combater o pensamento critico e o campo anti-hegemonico, que ela chama de esquerda. Para ela, interessa destruir o patrimônio cultural brasileiro, no sentido amplo da palavra, e gerar conflitos sem aprofundar e qualificar o debate. O abandono da Cinemateca, um dos fatores que provocou o incendio no acervo da Vila Leopoldina, faz parte da visão bolsonarista que nega a importância da cultura brasileira e não se importa com sua destruição. Também é conveniente a esses grupos uma batalha de estátuas sem que exista um espaço institucional de decisão que canalise o debate sobre o que fazer com monumentos de personagens que desrespeitam os direitos humanos.

A Secretaria Municipal de Cultura tem uma Comissão que tem a atribuição de decidir se um monumento deve ser removido, restaurado ou instalado. Isso pode ser feito em um processo democrático de decisão, pactuado com a sociedade. Ao invés de restaurar o Borba Gato, a prefeitura deveria abrir o debate publico sobre o que fazer com ele. Senão vai sobrar somente mais uma batalha da “guerra cultural”, (você derruba a minha, eu destruo a sua) que só interessa a quem não aceita a democracia.

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